O principal fabricante de automóveis da Rússia, a AvtoVAZ,
planeja entregar um lote com cerca de 300 carros Lada para Cuba. O fornecimento
ocorrerá em maio.
“A última vez que vendemos carros novos para Cuba foi há 12
anos, então, a questão agora é como podemos voltar a este mercado”, disse o
presidente da AvtoVAZ, Nicolas Maure, em uma apresentação em Havana.
Por enquanto, apenas dois modelos serão comercializados:
Vesta e Largus.
“A AvtoVAZ está interessada no mercado automotivo cubano
porque há grande demanda. Além disso, a proibição de importar carros novos foi
levantada há pouco tempo”, explica Evguêni Ieskov, editor-chefe do site
AvtoBusinessReview.
Durante meio século, a maior parte do mercado local de
automóveis consistiu em carros norte-americanos e soviéticos de segunda mão.
“Os cubanos conhecem carros russos, e isso conta a favor da AvtoVAZ”,
acrescenta Ieskov.
Os primeiros modelos a chegarem à ilha estarão disponíveis
para empresas de táxi, aluguel e turismo. Se o teste for bem sucedido, e Cuba
decidir comprar mais carros russos, um novo contrato deverá ser assinado em
2018.
“O volume inicial de carros novos parece ótimo para começar,
e tudo dependerá dos resultados das vendas”, diz o Ieskov.
Preço alto
De acordo com o site oficial da Lada, o preço de varejo de
um Largus no mercado russo é, em média, 600 mil rublos (cerca de US$ 10 mil), e
de um Vesta, 640 mil rublos (cerca de US$ 11 mil).
No entanto, os salários em Cuba são mais baixos do que na
Rússia, e poucos residentes poderão ter recursos para investir em um carro
novo.
“Em longo prazo, Cuba poderia se tornar um mercado
importante para a AvtoVAZ, mas não o principal, porque os volumes de vendas não
devem atender às necessidades de exportação”, avalia Ieskov.
Em 2013, as autoridades cubanas cancelaram a proibição de
importações e vendas de carros novos no varejo, em vigor desde 1959. Até então,
os cubanos só podiam comprar e vender carros usados – e somente entre si.
Embora os países da ex-URSS tenham fornecido alguns veículos
durante o período anterior, essas importações eram basicamente de caminhões,
ambulâncias e caminhões de bombeiros.
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