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IBGE: 1% mais ricos ganham 36 vezes mais do que metade mais pobre

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

/ por News Paraíba

Média de rendimentos mensais dos que mais ganham é de R$ 27.085, enquanto rendimento médio dos 50% com os piores salários foi de apenas R$ 747 em 2016

Apesar da evolução ao longo das últimas décadas, o Brasil ainda apresenta um quadro de desigualdade extrema. Em 2016, 1% da população de trabalhadores brasileiros com maior poder aquisitivo ganhava 36,3 vezes mais do que os 50% que ganham os menores salários. Os dados, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), foram divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na fatia dos 1% mais abonados, formada por apenas 889.000 pessoas, a renda média mensal do trabalhador era de 27.085 reais. O rendimento médio dos 50% que recebiam os piores salários ficou em apenas 747 reais, abaixo do salário mínimo. Se considerados os 5% brasileiros com menores salários, a renda média era de míseros 73  reais mensais. Segundo o IBGE, 4,445 milhões de trabalhadores estão nessa condição.

“O Brasil é um dos países onde a desigualdade é das maiores do mundo, é uma das grandes mazelas. País nenhum vai crescer com base numa plataforma tão desigual”, declarou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Renda per capita

Quando considerados os dados de renda per capita de todas as fontes, e não apenas o rendimento do trabalho – nesse cálculo, a renda disponível é dividida por todos os moradores do domicílio, incluindo os que não trabalham -, a situação é ainda mais grave. A renda média mensal per capita dos 5% brasileiros com menor poder aquisitivo era de apenas 47,00  reais em 2016. A pobreza era ainda mais aguda no Norte e Nordeste, com 38,00 reais e 33,00 reais, respectivamente.

O rendimento médio real domiciliar per capita foi de 1.242 reais, contra uma renda média de 2.149 reais se considerados apenas os trabalhadores. As regiões Norte e Nordeste apresentaram o menor valor: 772 reais, em ambas as regiões. A Região Sudeste teve o maior rendimento médio, 1.537 reais.

Índice de Gini

Com isso, o Índice de Gini do rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi estimado em 0,549 em 2016, pior do que o Gini com base no rendimento do trabalho, de 0,525. O indicador mede a desigualdade de renda – numa escala de 0 a 1, quanto maior o indicador, pior é a distribuição dos rendimentos. No Nordeste, o Gini da renda domiciliar per capita foi de 0,555. No Sul, ficou em 0,473.

“Quanto mais desigual a região, mais alto é o Índice de Gini. Então a região mais desigual é o Nordeste, sem dúvida, como já vinha sendo mostrado pela Pnad”, lembrou Azeredo.

Perfil

De acordo com a Veja, do total de 205 milhões de habitantes do Brasil em 2016, 124,4 milhões tinham algum tipo de rendimento, sendo que 87,1 milhões eram remunerados pelo trabalho que exerciam e 49,3 milhões recebiam renda obtida através de alguma outra fonte, fosse aposentadoria e pensão; aluguel e arrendamento; pensão alimentícia, doação e mesada de não morador; ou outros rendimentos, categoria que inclui seguro-desemprego, programas de transferência de renda do governo, rendimentos de poupança, entre outros.

Em 2016, 13,9% da população recebia aposentadoria ou pensão; 2,4%, pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador; 1,8%, aluguel e arrendamento; enquanto 7,7% recebiam outros rendimentos.

O rendimento proveniente de aposentadoria ou pensão foi o mais elevado, em média (1.670 reais), padrão observado em todas as regiões, sendo mais elevado no Centro-Oeste (2.064 reais) e mais baixo no Norte (1.334 reais). Os rendimentos provenientes de aluguel e arrendamento tinham valor médio de 1.521 reais; pensão alimentícia, doação e mesada de não morador, 516 reais; e outros rendimentos, 499 reais.

A massa de rendimento médio mensal real domiciliar per capita alcançou 255,1 bilhões de reais em 2016, mas os 10% mais bem remunerados detinham 43,4% desse bolo, fatia maior do que os 80% da população com os menores rendimentos (40,8%). Ou seja, apenas 12,4 milhões de pessoas ganhavam mais do que 99,2 milhões de brasileiros juntos.
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