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Pesquisa aponta que ricos ganham 36 vezes mais que os pobres no Brasil

quinta-feira, 12 de abril de 2018

/ por News Paraíba

A parcela da população brasileira que integra o 1% com maiores rendimentos recebeu 36 vezes mais do que ganharam os que têm os menores rendimentos em 2017, em relação a 2016. Na Paraíba, o abismo é ainda maior. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2017, a parcela mais rica do Estado detinha rendimentos 46,9 vezes maior do que a metade da população que recebe os menores salários.

De acordo com a pesquisa Rendimento de todas as fontes 2017, divulgada nessa quarta-feira (11) pelo IBGE, o rendimento médio dos paraibanos mais ricos foi de R$ 23.714 no ano passado, contra a média de R$ 18.506 registrada no ano anterior - um aumento de 28,14%. Já os que ganham menos no Estado tiveram queda de 2,50% no rendimento médio, passando de R$ 519 em 2017 para R$ 506 em 2017, valor menor do que o salário mínimo, que foi de R$ 937 no ano passado.

No Brasil, o grupo 1% mais rico da população teve rendimento médio mensal de R$ 27.213, enquanto a metade mais pobre da população recebeu R$ 754, em 2017. Em 2016, o grupo mais rico ganhava 36,3 vezes mais do que a média do rendimento de metade dos mais pobres.

Por outro lado, os dados do levantamento mostram um crescimento do rendimento médio mensal real de todos os trabalhos, no Nordeste (1,7%) e na Paraíba (13,1%), ao contrário do que se verificou no Brasil, que teve redução de 2,0%. Em 2017, o rendimento médio mensal real da Paraíba foi o maior da região Nordeste, enquanto em 2016, era apenas o quarto maior. Além disso, a Paraíba apresentou taxas de participação na composição do rendimento médio mensal real domiciliar per capita semelhantes às do Nordeste.

Diferença entre gêneros

Os dados da pesquisa do IBGE também mostram que, em 2017, a proporção de pessoas com rendimento na população que reside na Paraíba é a maior do Nordeste. De acordo com o levantamento, 59,4% dos paraibanos tiveram rendimento no ano passado – uma diminuição em relação ao ano anterior, quando a proporção era de 58,3%. Na região, a proporção foi de 56,5% e, no Brasil, 60,2%.

Ainda, a partir da análise dos dados contidos na pesquisa, na Paraíba houve um aumento na desigualdade de rendimentos entre homens e mulheres, passando de 89%, em 2016 para 88,0% em 2017. Igual situação também ocorreu no Nordeste, ficando estável no Brasil (em torno de 77,0%). A média de rendimentos das mulheres, na Paraíba, que foi de R$ 1.548, ficou acima da média do Nordeste, que foi de R$ 1.362, sendo o melhor valor da Região.

Assim como na região Nordeste, a Paraíba apresentou um aumento da desigualdade de rendimentos entre pessoas de cor e/ou raças diferentes. As pessoas brancas apresentam uma média de rendimentos bem superior às das pessoas pretas e pardas (R$ 2.247 contra R$ 1.241 de pretos e R$ 1.401 de pardos).

Desigualdade

A publicação do IBGE revela que a massa de rendimento médio mensal real domiciliar per capita, em 2017, foi de R$ 263,1 bilhões. Deste total, os 10% da população com os maiores rendimentos ficavam com 43,3% do total.

Os 10% menores rendimentos detinham apenas 0,7% da renda. Para o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, os números mostram que a desigualdade ainda é grande no país.

“Vamos separar a população inteira, do mais baixo ao mais alto. Se você pega metade dela, verá que a média de rendimento médio dos 50% que ganham menos é de R$ 754, valor mais que 36 vezes menor do que o rendimento da população que ganha os maiores salários, e que chega a R$ 27.213. Os 10% com os maiores rendimentos chegam a deter 43% do total recebido”, afirmou.

Crise

Os dados do IBGE indicam que, em 2017, as pessoas que tinham rendimento de todos os trabalhos correspondiam a 41,9% da população residente, o equivalente a 86,8 milhões de pessoas, percentual afetado pela crise econômica que afetou o país. Em 2016, o percentual chegava a 42,4% Em 2017, 24,1% dos residentes (50 milhões) possuíam algum rendimento proveniente de outras fontes. Em 2016 este percentual era menor: 49,3 milhões de pessoas tinham rendimento de outras fontes, o equivalente a 24% dos residentes.
 
Segundo o Correio da Paraíba, o rendimento de outras fontes, mais frequente na população, vinha de aposentadoria ou pensão. Em 2017, 14,1% da população recebia por aposentadoria ou pensão; 2,4%, por pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador; 1,9%, por aluguel e arrendamento; enquanto 7,5% recebiam outros rendimentos, como seguro-desemprego, programas de transferência de renda do governo, rendimentos de poupança, valores similares aos de 2016.

Para o coordenador da Pnad Contínua, os números derrubam o mito de que principalmente nas regiões Norte e Nordeste, os programas de transferência renda respondem pela maior parte do rendimento das famílias.

Concentração no Sudeste

Na região Sudeste, a concentração de renda foi maior. Nesta região, está a maior parcela da população e reúne rendimento médio mensal real do grupo de 1% mais ricos.

No Sudeste, este grupo chegou a ter concentração 33,7 vezes superior ao rendimento médio mensal real de 50% da população com os menores rendimentos - em 2016 era de 36,3 vezes.

A região que apresentou a menor relação foi a Sul (25 vezes, em 2017 e 24,6 vezes em 2016). Em 2016, o número era 36,3 vezes maior.Também foi o Sul que teve a menor desigualdade com 25 vezes, em 2017 e 24,6 vezes em 2016.
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