Para Rose Nogueira, relatório da CIA ganha força por comprovar o que já diziam vítimas
O relatório da CIA que sugere que o ex-presidente Ernesto Geisel sabia e autorizou a execução de opositores ao regime militar surpreendeu familiares de presos e desaparecidos políticos. Eles lembram que Geisel era tido como o militar da abertura e que o documento tem peso por vir de uma fonte externa.
Vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo e ex-presa política, a jornalista Rose Nogueira recebeu a notícia com alívio, mas reiterou que nada poderá reparar a dor daqueles que perderam seus familiares.
— Eles (os governantes do período militar) nunca pagarão o mal que fizeram — disse Rose. — Sempre soubemos que eram assassinos, frios e sanguinários. Nesse sentido, o documento tem valor porque comprova tudo que imaginávamos.
Vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo e ex-presa política, a jornalista Rose Nogueira recebeu a notícia com alívio, mas reiterou que nada poderá reparar a dor daqueles que perderam seus familiares.
— Eles (os governantes do período militar) nunca pagarão o mal que fizeram — disse Rose. — Sempre soubemos que eram assassinos, frios e sanguinários. Nesse sentido, o documento tem valor porque comprova tudo que imaginávamos.
De acordo com O Globo, o escritor Marcelo Rubens Paiva, filho do ex-deputado Rubens Paiva, preso na ditadura e desaparecido, declarou que se surpreendeu com a notícia, porque Geisel sempre foi tido como “o homem da abertura, que afastou a linha dura e que não sujou as mãos”.
— Não para no Medici. A política de extermínio continua depois dele. E vem de cima para baixo, do alto comando do Exército. Outra coisa que surpreende é o número de mortos, 105 pessoas. Quem são essas pessoas?
Paiva lembra que o documento é “forte e pesado”, principalmente por vir da CIA, uma fonte “bastante comprometida com os militares brasileiros”.
Filho do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975, Ivo Herzog também disse ter se surpreendido pois achava que as decisões eram tomadas em escalões inferiores do governo. Para Ivo, lembra que o documento tem valor por vir de uma fonte governamental:
— Uma coisa é a sociedade civil que vem resgatando e contando essa história. E que já tem um valor extraordinário. Outra coisa são documentos oficiais que vão dando subsídio e oficializando essa história.
Ex-integrante da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, Suzana Lisboa classificou o documento como “chocante”.
— A partir de 1974, quase todos são desaparecidos. Praticamente não tem mais mortos oficiais, o que mostra que a política de extermínio foi redefinida, refinada.
— Não para no Medici. A política de extermínio continua depois dele. E vem de cima para baixo, do alto comando do Exército. Outra coisa que surpreende é o número de mortos, 105 pessoas. Quem são essas pessoas?
Paiva lembra que o documento é “forte e pesado”, principalmente por vir da CIA, uma fonte “bastante comprometida com os militares brasileiros”.
Filho do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975, Ivo Herzog também disse ter se surpreendido pois achava que as decisões eram tomadas em escalões inferiores do governo. Para Ivo, lembra que o documento tem valor por vir de uma fonte governamental:
— Uma coisa é a sociedade civil que vem resgatando e contando essa história. E que já tem um valor extraordinário. Outra coisa são documentos oficiais que vão dando subsídio e oficializando essa história.
Ex-integrante da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, Suzana Lisboa classificou o documento como “chocante”.
— A partir de 1974, quase todos são desaparecidos. Praticamente não tem mais mortos oficiais, o que mostra que a política de extermínio foi redefinida, refinada.