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Mais de 60% das unidades de saúde fiscalizadas pelo CRM-PB apresentam irregularidades

quinta-feira, 6 de junho de 2019

/ por News Paraíba

Das 118 unidades fiscalizadas na Paraíba pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) de janeiro a maio de 2019, 63,6% apresentam graves inconformidades com questões relacionadas à saúde. O índice foi divulgado durante uma coletiva na manhã desta quarta-feira (5), em João Pessoa, por meio de um dossiê da saúde pública paraibana.

Conforme o CRM, os principais problemas encontrados nas unidades de saúde são a falta de médicos, recursos materiais básicos, estrutura inadequada e falta de insumos e medicamentos, comprometendo o exercício da medicina e a segurança dos pacientes.

O dossiê foi construído a partir das fiscalizações das 118 unidades em 28 municípios da Paraíba realizadas nos primeiros cinco meses de 2019. Foram fiscalizados 38 hospitais, 36 clínicas, uma instituição de longa permanência para idosos (ILPI), um Centro de Atenção Psicossocial (Caps), uma unidade do Samu, 10 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 29 Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs).

Segundo os dados apresentados no dossiê, 54,5% das unidades apresentam um número insuficiente de médicos, com escala médica incompleta em pelo menos um serviço, 59,1% estão com insumos e medicamentos insuficientes e 36,4% apresentam uma estrutura inadequada.

Segundo o G1, ao longo das fiscalizações, pelo menos oito unidades de saúde foram interditadas. Segundo o presidente do CRM-PB, Roberto Magliano, a precariedade na assistência da saúde dos hospitais públicos tem gerado a agressão de paciente e acompanhantes contra médicos, devido aos problemas da infraestrutura e falta de médicos e medicamentos.

Casos mais graves

Hospital geral Janduhy Carneiro

    Falta de materiais básicos em bloco cirúrgico e UTI
    Superlotação
    Número insuficiente de médicos

Caps de Santa Rita

    Precária conservação predial
    Maternidade Frei Damião
    Precária conservação predial
    Risco de colapso elétrico

Maternidade Peregrino Filho

    Falta de materiais básicos na UTI Neonatal (tubos, seringas, luvas)

Hospital Napoleão Laureano

    Falta de medicamentos oncológicos para dar continuidades ao tratamentos de pacientes com câncer
    Equipamentos quebrados
    Contingenciamento da fila de pacientes para tratamento

Complexo Hospitalar de Mangabeira (Ortotrauma)

    Salas de cirurgia com buracos no teto, infiltrações, ferrugem e mofo
    Infraestrutura precária, com infiltrações e buracos nas paredes, além de infestação de baratas na enfermaria, superlotação
    Demora na realização de cirugias

Hospital Valentina Figueiredo

    Falta de médicos
    Subutilização do centro cirúrgico

Hospital da Criança e do Adolescente

    Hospital sem roupa hospitalar e lavanderia desativada
    Superlotação
    Falta de medicamentos
    Manutenção predial precária

Casos que serão investigados

Hospital de Trauma de João Pessoa

    Abastecimento precário
    Superlotação

Hospital de Trauma de Campina Grande

    Falta de leitos para acompanhantes

Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea)

    Superlotação
    Falta de materiais básicos
    Falta de equipes de enfermagem
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