O ex-ministro Antonio Palocci (PT) foi condenado nesta segunda-feira (26) pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato
na primeira instância. Palocci, que ocupou as pastas da Fazenda, no
governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da Casa Civil, na gestão de
Dilma Rousseff (PT), foi condenado por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro.
Preso desde setembro de 2016, Palocci foi denunciado pelo MPF
(Ministério Público Federal) em outubro do mesmo ano acusado de
participação em um esquema de corrupção envolvendo a empreiteira
Odebrecht envolvendo contratos de sondas com a Petrobras. Ele negocia um
acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato.
Palocci, segundo o relato dos investigadores, interferiu na licitação da
Petrobras sobre 21 sondas a fim de que os contratos beneficiassem a
Odebrecht.
"Entre 2006 e 2015, Palocci estabeleceu com altos
executivos da Odebrecht um amplo e permanente esquema de corrupção
destinado a assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial
na alta cúpula do governo federal", apontou o MPF.
A propina vinda dos desvios tinha como destinatário principal o PT, de acordo com os procuradores, que pediram a condenação do ex-ministro.
Palocci geria a conta usada pela Odebrecht para pagar o partido,
segundo a denúncia. O esquema teria movimentado ao menos US$ 10 milhões.
A defesa de Palocci, em alegações finais a Moro, havia pedido a absolvição de seu cliente.
Outro processo
Palocci ainda é réu em outro processo da Lava Jato na Justiça Federal no Paraná. Neste caso, o ponto central são oito contratos entre a Odebrecht e a Petrobras, que geraram desvios de cerca de R$ 75 milhões.
Parte do dinheiro, cerca de R$ 12,4 milhões, teria sido usada para
comprar um terreno, que seria usado para a construção de uma sede do
Instituto Lula.
A denúncia diz ainda que o dinheiro de propina
também foi usado para comprar um apartamento vizinho à cobertura onde
mora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em São Bernardo do
Campo (SP). A propina teria sido paga por intermédio de Palocci.
Esse processo está na fase de audiências com as testemunhas de defesa, que devem ser ouvidas até o fim da primeira quinzena de julho. Esta ação deve ser encerrada apenas a partir de agosto.
News Paraíba
com UOL