Todo Carnaval tem fim Presidente do STF, Cármen Lúcia avisou a dirigentes de associações de magistrados que vai colocar em votação, no início de março, a ação que pode acabar com o auxílio-moradia. O sinal agravou a troca de acusações nos bastidores das mais diversas instâncias do Judiciário. Juízes federais acusam os estaduais de criticarem o benefício, mas embolsarem outros penduricalhos. De acordo com a Folha de São Paulo, o Supremo tentará achar um caminho que moralize todos os pagamentos –inclusive os de outros Poderes.
Pegar em armas Integrantes de diversas associações ameaçam declarar guerra ao STF numa tentativa de fazer Cármen Lúcia recuar. O auxílio-moradia é pago desde 2014 a todos os juízes, inclusive aos que têm imóvel e residem na cidade em que atuam, com base em uma liminar do ministro Luiz Fux.
Teto de vidro? Os mais exaltados alertam que ministros do Supremo podem ser pressionados pelas categorias a apresentarem seus ganhos no magistério e em palestras. Citam ainda o caso de Gilmar Mendes, que é sócio de um instituto de ensino.
Não custa lembrar Só a Justiça do Trabalho prevê consumir R$ 197,7 milhões com o pagamento de auxílio-moradia neste ano.
Outro front As associações que representam juízes estaduais e federais querem levar 300 magistrados para um ato no Congresso, dia 1º de fevereiro, contra a reforma da Previdência. Cerca de 200 procuradores e promotores também devem comparecer.
Ponto sem nó Não foi por acaso que Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, defendeu em entrevista à Folha a extinção da Justiça do Trabalho. A indicação da filha dele, Cristiane Brasil (PTB-RJ), para o ministério da área tem como pano de fundo o avanço de um projeto neste sentido.
Coloca na balança A ideia era a de que a proposta fosse gestada na pasta e chegasse ao Congresso com o carimbo do Executivo. Hoje, no entanto, avalia-se que dificilmente Temer e os parlamentares bancariam a extinção.