Um dos principais personagens da cena política canavieira na última semana, o verborrágico vereador Gil’s Bar tem chamado os holofotes para si por declarações fortes e reveladoras quanto aos bastidores da conturbada e controversa relação entre os poderes legislativo e executivo santarritenses.
Depois de cobrar a quantia de R$ 3 mil reais do chefe de gabinete da prefeitura, Cássio Medeiros, referente, segundo ele, à aquisição de 150 caixas de cerveja, que teriam sido distribuídas durante a campanha eleitoral da primeira-dama Jane Panta, Gil voltou à cena na noite do último sábado (5) com fortes declarações a respeito de sua relação com o prefeito Emerson Panta e sua equipe de trabalho.
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Em áudios publicados em um grupo de mensagens, Gil diz já ter sido muito humilhado pelos secretários de Panta, que jamais atenderam aos seus pleitos, apresentados através de ofícios e requerimentos aprovados pelo plenário da Câmara, mostra a forma como os poderes trocam "favores", relata o modo como se dará a relação do grupo de 13 vereadores que hoje fazem oposição ao prefeito e diz que os rumos do grupo serão decididos por todos os seus integrantes de forma conjunta.
“É muito triste você ter um mandato de vereador e ser humilhado por um secretário. Você não tem moral de nada. Você chega pra um secretário, tá se humilhando a ele, pedindo. Serviços que a gente pede pra fazer nos bairros, ele não cumpre. Ser humilhado por ver os seus amigos fora, perdendo emprego por causa de mandato da deputada, ela perdeu a campanha e teve que descontar a raiva no pessoal", declarou.
Segundo Gil, Panta credita a derrota de Jane aos vereadores, que não teriam se "empenhado" pelo sucesso da campanha da primeira-dama, o que provocou, segundo ele, a retaliação do prefeito através da demissão de seus aliados, deixando clara a barganha existente entre os poderes constituídos, na cidade de Santa Rita.
O que chama atenção neste trecho da conversa é que Gil não se preocupa em demonstrar que mantinha uma parente empregada na Prefeitura de Santa Rita, apesar do desencadeamento das investigações do Ministério Público, que apura a indicação de familiares de vereadores e secretários na gestão municipal canavieira, inclusive, com a oitiva dos parlamentares santarritenses acerca do tema já em andamento.
"A minha cunhada, que é técnica de enfermagem, não tinha nada a ver, todo mundo votou na doutora e o castigo foi esse: botar todo mundo pra fora. Muita gente perdeu os seus empregos porque a deputada perdeu a campanha. Isso foi revoltante pra mim ver muita gente sofrendo, perdendo o seu emprego e mais isso, sem receber o seu salário. Trabalharam o mês e não receberam", revela Gil.
E questiona:
"Esse mês de trabalho, ficou pra quem esse dinheiro?", indaga.
O vereador, que é do mesmo partido (PSDB) e ex-aliado do prefeito, também explica a dinâmica da relação do grupo de oposição, hoje formado por uma bancada de 13 parlamentares, que devem marchar unidos e devem tomar as decisões em conjunto.
Para ele, o 'G13' deve permanecer unido na oposição a Panta.
"Posso até voltar, sim, se o grupo, os 13 for, aí eu vou pra onde eles forem. A não ser isso, não tem volta para o prefeito. E tô aqui com o grupo, acho que ninguém volta pra votar com o prefeito, não. Não tem gente de duas caras de tá com o prefeito e sair dele e falar e depois voltar para os pés dele, não, como muitos e muitos que tem por aí. Posso até voltar, sim, se o grupo, os 13 for, aí eu vou pra onde eles forem. A não ser isso, não tem volta para o prefeito", finaliza o vereador.
Diante de tudo isso, Gil diz que agora vai começar a trabalhar.
OUÇA, NA ÍNTEGRA:
Atualmente, tramitam na Câmara Municipal de Santa Rita duas CPI's para investigar a gestão Panta.
A primeira, apura superfaturamento na contratação das empresas Servicol e Geo Urbana, responsáveis pela coleta de lixo no município. A segunda, apura pagamentos na ordem de mais de meio milhão de reais a uma empresa de material de construção, apesar de ter a licitação suspensa pelo TCE.
Com 19 vereadores na Casa Prefeito Antônio Teixeira, seriam necessários 13 votos (dois terços) para a afastar o prefeito em caso de comprovação das eventuais irregularidades, número da atual bancada de oposição, que pode ainda ganhar mais dois integrantes, nos próximos dias.
News Paraíba