Principal festa junina do sertão paraibano, terceira maior do Nordeste, perdendo apenas para as festividades de Caruaru e Campina Grande, ‘O Melhor São João do Brasil’, realizado todos os anos na cidade de Patos, atrai mais de 500 mil pessoas e movimenta milhões de reais nos cinco dias em que é realizado.
Patos polariza uma região com cerca de 70 municípios, incluindo cidades dos estados vizinhos de Pernambuco e Rio Grande do Norte, além dos 24 municípios que compõem a sua Região Metropolitana, atingindo um raio de 170 quilômetros, totalizando uma população de mais de 700 mil habitantes, gerando uma população flutuante diária de cerca de 130 mil pessoas, que consomem bens e serviços todos os dias, mantendo ativa a economia da Morada do Sol, e arrecada todos os anos algo perto dos R$ 30 milhões em impostos e dividendos que ficam na cidade, gerados diretamente pelo São João, que corre o sério risco de não acontecer este ano depois do anúncio da equipe do atual prefeito interino, Sales Júnior, que cancelou toda agenda de shows no Terreiro do Forró e transferiu a festa para as ruas, deixando o público à mercê da iniciativa privada, que, promotora das principais atrações, poderá cobrar o valor que bem entender pelos shows que serão pagos em casas fechadas da cidade, mas que deveriam ser realizados gratuitamente para o público do ‘Terreiro’, como acontece todos os anos.
O potencial econômico de Patos é inquestionável.
Então, por que abrir mão do seu maior e principal evento cultural, turístico e gerador de emprego, renda e dividendos para a cidade?
É o período mais aguardado por comerciantes, grandes, médios e pequenos empresários, rede hoteleira e toda cadeia produtiva gerada pelo evento, com seus milhares de empregos diretos e indiretos, fomentando um mercado que aquece exatamente na época em que Sales e seu pessoal querem tirar da população e do setor produtivo da cidade a sua oportunidade de garantir o equilíbrio de suas contas para o restante do ano.
É neste cenário que entra a importante e determinante figura do prefeito Dinaldo Filho, defenestrado do posto de chefe do Poder Executivo patoense ainda em agosto do ano passado, período em que comprovadamente a cidade não apenas andou mal das pernas, mas literalmente parou no tempo, e ainda sobrevive dos serviços e ações deixados pelo gestor, que a duras penas tomava a direção da cidade, ainda sob os graves e sérios efeitos devastadores causados por gestões anteriores, na Rainha do Sertão.
Alinhado politicamente com Jair Bolsonaro, Dinaldinho não é só um aliado do presidente, assim como declarou seu apoio ao deputado federal e então pré-candidato ainda na pré-campanha do ano passado, chegando a recebê-lo oficialmente durante os festejos do São João, como você, caro leitor e cara leitora, pode conferir a seguir, quando registramos a chegada de Jair ao Terreiro do Forró, ao ser recebido pelo prefeito, momento em que, na conversa entre ambos, recebeu dele a garantia de apoio à sua candidatura e do alinhamento político ao seu futuro governo.
Diante do desmantelamento patrocinado neste momento por Sales e sua FUNDAP, ninguém mais indicado e qualificado do que Dinaldinho, com trânsito livre no Governo Federal comandado por Bolsonaro, para salvar o São João de Patos, simplesmente por já no ano passado ter sido ele o responsável por firmar inúmeras parcerias com a iniciativa privada, as chamadas PPP’s, e com entes públicos federais, a exemplo da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e do próprio Governo, através do Ministério do Turismo, que patrocinaram o evento, cuja parte cabida à prefeitura foi infinitamente menor diante dos investimentos feitos em anos anteriores, inclusive, no seu primeiro ano de gestão, quando ainda fazia a máquina pegar no tranco, vinda dos barrancos da sua história.
Ainda assim, Dinaldo Filho realizou uma das maiores festas juninas da história, consolidada em 2018 sob sua batuta como o maior evento já realizado em Patos. As imagens não permitem que restem dúvidas.
Alinhado e tão próximo a Bolsonaro, pode-se acreditar que Patos teria portas abertas em Brasília para a viabilização do seu maior evento, o que garantiria sua viabilização para o aquecimento tão importante para a sua economia e seu desenvolvimento.
A lógica é simples. Desde que Dinaldinho foi afastado, a cidade vive o caos político e administrativo. Novos fatos ou provas contundentes de seu envolvimento em crimes de qualquer natureza, até agora, não surgiram ou sequer foram apresentados.
Podemos afirmar sem medo de errar: só a volta de Dinaldinho, diante da atual conjuntura e com a abertura que conquistou com Bolsonaro, poderia salvar a cidade do completo colapso acarretado pelo cancelamento do São João.
Germano Costa
para o News Paraíba