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Bolsonaro reitera apoio à reeleição de Trump, que diz que colega é 'muito querido pelo povo brasileiro'

sexta-feira, 28 de junho de 2019

/ por News Paraíba

O presidente dos EUA, Donald Trump , disse nesta sexta-feira que Jair Bolsonaro é "muito querido pelo povo brasileiro", em uma troca de elogios mútuos no início de uma reunião bilateral em Osaka, no Japão, durante a cúpula do G-20, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo. Foi o segundo encontro entre os dois presidentes, que se encontraram pela primeira vez durante a visita oficial do brasileiro a Washington, em março.

— Ele é um homem especial, está muito bem, muito amado pelo povo do Brasil — disse Trump, afirmando que EUA e Brasil "estão mais próximos do que nunca".

De seu lado, Bolsonaro respondeu que “interessa e temos prazer de nos aproximar dos EUA”. Ele declarou sua satisfação e orgulho de estar ao lado de Trump, acrescentando que sempre admirou o americano e reiterando o apoio a sua reeleição, gesto pouco usual na diplomacia e que já havia feito na viagem aos Estados Unidos:

— Eu sou um grande admirador há muito tempo, inclusive antes de sua eleição. Eu apoio Trump, apoio os Estados Unidos, eu apoio sua reeleição.

Segundo O Globo, Bolsonaro destacou que os dois têm muita coisa em comum, além de dois grandes países que juntos podem fazer muito por seus povos.

—  O que temos no Brasil, que o mundo não tem, estamos à disposição para conversar com Trump, fazer parcerias e desenvolver nossos países —  acrescentou o presidente brasileiro.

Bolsonaro voltou a dizer que gosta do povo americano e gosta de Trump e o convidou a visitar o Brasil antes ainda da eleição americana se possível, “para mostrar ao mundo que a política do Brasil mudou de verdade”.

Trump agradeceu e respondeu que estava ansioso para visitar o Brasil. Mencionou que o Brasil tem enormes ativos, entre os maiores no mundo, e que os dois iriam falar muito sobre comércio e sobre fazer mais.

Antes de os jornalistas terem de sair da sala, uma repórter indagou a Trump se o Brasil podia ajudar na guerra comercial entre os EUA e a China.

—  Ajudar em quê? — retrucou Trump, que passou a falar de seu encontro com o presidente Xi Jinping neste sábado. — No mínimo, será produtivo, vamos ver o que acontecerá —  afirmou, prometendo “um dia muito animador”.

Trump, no seu estilo, relatou que os líderes que conversaram com ele não cessaram de congratulá-lo pelo desempenho da economia americana.

—  Estamos indo muito bem —  repetiu.

Antes de Bolsonaro, Trump tinha se encontrado com o presidente russo, Vladimir Putin, e um dos temas temas foi a Venezuela. O americano disse que os EUA apoiam o povo venezuelano, usou o que acontece no país para criticar o socialismo e terminou ironizando, dizendo ter ouvido rumores de que o Partido Democrata americano iria mudar o nome para Partido Socialista.
Bolsonaro e Trump trocam elogios no Japão

Segundo nota emitida pela Casa Branca, durante a reunião com Bolsonaro Trump declarou apoio à agenda econômica do brasileiro e voltou a apoiar a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Também estiveram na pauta discussões sobre a crise na Venezuela e sobre a guerra econômica entre os Estados Unidos e a China.

Segundo a nota, os dois conversaram "sobre os riscos associados às atividades chinesas no Ocidente", uma possível referência à pressão americana para que os demais países não permitam que a companhia chinesa Huawei participe da implantação de suas redes de internet móvel 5G.

Na véspera, ao chegar a Osaka, ao ser questionado se o Brasil tinha lado na guerra comercial entre EUA e China, Bolsonaro retrucou com um “não”, e acrescentou que ao Brasil interessa a paz.

—  Não queremos que haja briga para a gente poder se aproveitar. Estamos buscando paz e harmonia, como estamos trabalhando aqui a questão do [acordo] Mercosul e União Europeia —  disse.

O vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, que visitou a China em maio, disse recentemente que o Brasil não vê razões para impor restrições à Huawei. Já o chanceler Ernesto Araújo, em entrevista na semana passada à revista Veja, afirmou que o assunto ainda estava em discussão no governo brasileiro.

Encontro com Macron acontece

Depois do cancelamento do encontro bilateral com o presidente francês Emmanuel Macron que estava previsto na agenda de Bolsonaro, os dois acabaram tendo quase uma hora mais tarde uma reunião "informal" e "amigável", disse um porta-voz do governo brasileiro. Durante a conversa , o presidente brasileiro convidou o francês a visitar a Amazônia.

A Presidência francesa informou que a discussão entre ambos foi "muito direta" e que Macron "insistiu na necessidade de que o Brasil permaneça no Acordo de Paris". O Palácio do Eliseu anunciou ainda que o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, visitará o Brasil em julho.

Na véspera do início da cúpula do G-20, Macron chegou a dizer que não assinaria o acordo entre o Mercosul e a União Europeia que está sendo negociado nesta semana em Bruxelas caso Bolsonaro saísse do Acordo de Paris sobre o clima. O francês disse que não teria como cobrar dos seus agricultores e empresários medidas para o cumprimento do acordo  —  que estabelece metas voluntárias para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa — caso o Brasil não o cumprisse.

— Foi um encontro amigável, por que não seria? — disse o porta-voz do Planalto, Otávio do Rêgo Barros, referindo-se às críticas de Macron à política ambiental brasileira.

A política ambiental do governo Bolsonaro e o avanço do desmatamento na Amazônia estão causando pressão da opinião pública europeia sobre os seus governos. Nesta semana, a chanceler Angela Merkel, cobrada por deputados do Partido Verde, disse no Parlamento alemão que pediria esclarecimentos ao presidente brasileiro durante a cúpula do G-20. Suas declarações provocaram respostas ríspidas de Bolsonaro e do ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional.

Depois do encontro entre Macron e Bolsonaro, o porta-voz do Planalto disse que as negociações do acordo entre a UE e o Mercosul estão "muito avançadas" e que ele deve ser concluído "o mais breve possível". Durante o encontro, também foram discutidas questões relativas ao comércio internacional e à fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa.

A questão da mudança climática divide a cúpula do G-20, com Trump — que retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris —  pressionando por um comunicado mais ameno sobre a questão. Na reunião informal dos países do Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — realizada também nesta sexta-feira em Osaka, o comunicado final reiterou o apoio ao Acordo de Paris.
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