Cerca de 91% das vítimas de homicídio em 2017 eram negros. Conforme dados divulgados pelo Atlas da Violência 2019, divulgado nesta quarta-feira (5) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 1.227 negros foram vítimas de assassinato no estado em 2017.
Os dados divulgados pelo estudo são referentes ao ano de 2017 e tem como base os dados registrados pelo Ministério da Saúde. Em número absolutos, de acordo com o Atlas da Violência, a Paraíba teve 1.341 pessoas vítimas de mortes violentas intencionais.
O número divulgado pelo estudo nacional é maior que o informado pela Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds) para 2017, que foi de 1.284 mortes em Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI), que incluem vítimas de homicídio doloso ou de qualquer outro crime doloso que resulte em morte. São 57 mortes a mais do que as contabilizadas pelas forças de segurança do estado no ano em questão.
No entanto, apesar do número de mortes ser maior, a tendência de queda nos casos de homicídio se manteve nos índices apresentados no Atlas da Violência 2019. Entre 2012 e 2017, houve uma queda de 12,1%, enquanto entre 2016 e 2017 a redução foi de 1%, diferente dos 2,8% apontados pela Seds para o período.
A taxa de homicídio, calculada com base em um caso de morte violenta intencional a cada grupo de 100 mil habitantes, para 2017 foi de 33,3 na Paraíba, ainda conforme o Atlas. Essa mesma taxa cresceu consideravelmente entre 2007 e 2017 em cerca de 41%, mas caiu 17% entre 2012 e 2017 e quase 2% entre 2016 e 2017.
O Brasil teve 65.602 pessoas assassinadas em 2017, de acordo com o estudo. O número indica o registro de 1.707 mortes a mais que o divulgado pelo próprio fórum em seu anuário, que tem como base os dados das secretarias da Segurança.
Jovens vítimas
Segundo o G1, o Atlas da Violência também indicou que a maioria das vítimas de assassinato na Paraíba, seguindo uma tendência nacional, foi de jovens entre 15 e 29 anos. Somente em 2017, 709 das 1.341 vítimas de assassinato na Paraíba eram desta faixa etária. Se considerado somente os jovens, a taxa de homicídio por 100 habitantes na Paraíba passa de 33,3 para 72 em 2017.
Porém, ainda que o número seja expressivo, a Paraíba se encontra em uma situação mais favorável em relação aos demais estados do Nordeste, vizinhos que compartilham de uma realidade econômica e social similar. A taxa de 72 homicídios de jovens a cada 100 mil habitantes é terceira menor da região, só não sendo menor que as taxas de Piauí e Maranhão. A Taxa de Homicídio de Jovens no Brasil ficou em 69,9 em 2017, de acordo com o Atlas.
O índice na Paraíba cresce ainda mais se considerado apenas jovens vítimas do sexo masculino. A taxa de homicídio passa 136,8 mortes a cada 100 mil habitantes no estado. Tanto no caso de jovens dos dois sexos, quanto somente no caso dos homens, a taxa cresceu 2% e 3%, respectivamente, entre 2016 e 2017.
Mulheres
O número de mulheres vítimas de assassinato na Paraíba, sendo configurado como feminicídio ou não, caiu em relação ao últimos cinco anos pesquisados e também em comparação somente a 2016 e 2017. A queda entre 2012 e 2017 foi de cerca de 36% e de 18% entre 2016 e 2017. Do total de vítimas de homicídio na Paraíba em 2017, 88 foram do sexo feminino, um crescimento de 27% em 10 anos.
O dado mais alarmante considerando apenas as mulheres vítimas é quando é feita a diferenciação entre as mulheres negras e não negras. Conforme cruzamento de dados feito pelo G1 a partir das estatísticas fornecidas pelo Atlas da Violência, 86% das mulheres assassinadas na Paraíba em 2017 eram negras. De acordo com os dados do Fórum, 11 dos 88 assassinatos de mulheres no ano em questão foram de vítimas não negras.
Negros
O recorte por raça no caso dos homens não é menos alarmante que o das mulheres na Paraíba.
Conforme mais um cruzamento de dados do G1 com base nos números fornecidos no Atlas da Violência 2019, mais de 91% das vítimas de homicídio na Paraíba em 2017 eram negros.
São 1.227 negros dos 1.341 assassinados no estado no ano pesquisado. Para fins comparativos, do total de vítimas de homicídio da Paraíba, somente 96 das 1.341 vítimas eram não negras.
A disparidade nas chances de vitimização entre negros e não negros foi de 6,6 vezes maior na Paraíba. Uma estatística que o próprio Atlas evidencia que “em termos de vulnerabilidade à violência, é como se negros e não negros vivessem em países completamente distintos”.
População LGBTQI+
O Atlas da Violência também contabiliza os casos de denúncias feitas por pessoas da população LGBTQI+ por meio do disque 100, número dedicado apenas a registrar casos de violência contra as pessoas da comunidade. Na Paraíba, entre 2011 e 2012, foram registrados 358 denúncias de violência contra gays, lésbicas, bissexuais, trans, etc. Dessas denúncias, 15 foram de homicídios, send
A disparidade nas chances de vitimização entre negros e não negros foi de 6,6 vezes maior na Paraíba. Uma estatística que o próprio Atlas evidencia que “em termos de vulnerabilidade à violência, é como se negros e não negros vivessem em países completamente distintos”.
População LGBTQI+
O Atlas da Violência também contabiliza os casos de denúncias feitas por pessoas da população LGBTQI+ por meio do disque 100, número dedicado apenas a registrar casos de violência contra as pessoas da comunidade. Na Paraíba, entre 2011 e 2012, foram registrados 358 denúncias de violência contra gays, lésbicas, bissexuais, trans, etc. Dessas denúncias, 15 foram de homicídios, send
