Em entrevista concedida na manhã desta segunda-feira (16) ao Jornal da Panorâmica, da Panorâmica FM, de Campina Grande, o senador Veneziano Vital do Rego discutiu a agenda política do Estado, fez uma avaliação do seu primeiro ano de mandato como senador e revelou estar à vontade na nova função parlamentar que exerce desde o início do ano. Ele explica que, apesar da sua experiência parlamentar com dois mandatos de vereador em Campina Grande e um de deputado federal, no Senado há espaço para um debate mais amplo acerca dos problemas do Estado e do país.
“Uma experiência extremamente importante, fazendo parte da minha vida como integrante do legislativo. Estou vivenciando uma nova realidade funcional. Eu tenho me sentido à vontade nesse novo trabalho com novas atribuições. O Senado Federal, até em razão do seu colegiado ser menor, nos permite um trabalho mais aguçado, nos permite desenvolver as nossas teses, os nossos conceitos, permite-nos condições de participar de diversas comissões e nelas fazer um debate mais amplo”, disse.
Dentre outros temas abordados, Veneziano também conversou sobre o rompimento entre o governador João Azevêdo e o ex-governador Ricardo Coutinho, episódio em que garante ter empreendido todos os esforços para evitar que ocorresse. Para ele, além de “inoportuno”, não há justificativa para o rompimento, o que levou o governador a deixar a legenda socialista no início do mês.
“O que eu registro aqui é o que expus desde o primeiro instante do acontecimento. Foi inoportuno, a razão pela qual se gerou esse atrito, atrito esse que terminou levando ao desligamento do governador João Azevêdo das fileiras do PSB, não justificava, ou seja, uma dissolução sem razões minimamente convincentes que termina ou que levou a esse atrito que fez com que não apenas João, mas outros companheiros fizessem outras escolhas. Não há a identificar-se quem quer que seja que tenha se saído bem desse processo. Eu lastimei desde o primeiro momento, tentei e me esforcei e em determinado momento eu tive que me excluir desse processo porque não adiantava mais”, destacou.
O senador ainda revelou a preocupação de João Azevêdo em garantir legenda e indicar o caminho a ser seguido para os aliados que o acompanharam quando do rompimento com Ricardo e que devem desembarcar do PSB ao seu lado. Ele fez uma previsão de quando o governador deve anunciar o seu novo partido.
“Deu-se um ponto final, o governador há dez dias, desligava-se. Tive um contato com ele, na semana que ele anunciou formalmente o seu desligamento, e ele conversava comigo e dizia ‘olha, Veneziano, em nome desse companheirismo, em nome da responsabilidade que nós temos para com aqueles que vão disputar no próximo ano as eleições municipais, seja a cargos executivos ou proporcionais, até o mês de março todos nós temos que ter uma definição, e deixar esses companheiros sem a segurança de saber para onde eu vou, para onde eu possa sugerir, não é correto’, e eu entendi isso. Então ele deve anunciar até final do mês, ele não me disse e se dissesse eu não estaria autorizado em informar, mas até fim de dezembro, daqui a dez dias, nós teremos essa informação”, revelou o senador.
Por fim, indagado sobre suas condições no PSB, Vené revelou que tem outras duas alternativas de partidos para se filiar, além de permanecer no ninho girassol ou até ficar sem legenda, mas garantiu que partido não é condição na relação de proximidade que mantém com o governador desde a pré-campanha, o que gerou “uma liga muito forte”, segundo ele. Ele esperava que houvesse uma “rearmonização” entre João e Ricardo, o que para ele “seria bom para o governo e para o partido” e pela amizade de ambos, mas que não foi possível.
“A minha condição de estar no PSB ou em uma outra hipótese ou em uma outra alternativa, no caso duas, deixar o PSB para filiar-me a uma outra agremiação ou mesmo ficar sem filiação, o que poderia, não altera em nada a nossa relação de convivência e a nossa relação de modestos apoiadores ao governo e à figura de João, porque foi uma relação que hoje é muito mais do que a própria relação política, mas uma relação pessoal, de confiança, de convivência, de quem esteve ao lado do governador, então pré-candidato, durante alguns meses, antes mesmo do processo eleitoral, e isso fez com que tivéssemos, que gerássemos em torno dessa amizade, uma liga muito forte. Mas eu lamentei, lamentei porque são relações de mais de uma década de convivência e eu gostaria muito de que houvesse essa rearmonização, essa repactuação, seria bom para o governo, seria bom porque manter-se-ia a amizade entre João e Ricardo, seria bom para a legenda, mas enfim não foi possível”, pontuou.
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