A Promotoria do Meio Ambiente de Bayeux realizou, na manhã desta quinta-feira (30), uma audiência para discutir a mortandade de peixes e crustáceos no Rio Paroeiras, que é um um dos canais do estuário do baixo rio Paraíba no município de Bayeux. A audiência foi presidida pela promotora de Justiça Fabiana Lobo e por representantes da Associação de Pescadores, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semaby) e da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema).
Segundo a promotora, o presidente da Associação de Pescadores, Severino Juvenal Santana, e o secretário do Meio Ambiente, Tarcísio Costa, informaram que essa mortandade coincide com período de moagem da cana-de-açúcar nos engenhos próximos e que a causa da morte é o derrame de vinhoto nas águas do Rio Paroeiras.
De acordo com o presidente da associação, a água fica preta e com odor de vinhoto e diversas espécies da fauna marinha morrem, ocasionando dano ambiental e prejudicando a atividade econômica da pesca. Também foi informado esse derrame de vinhoto provém da lavagem das caldeiras e pela suposta falta de tratamento do destino final dessas águas nas usinas. Os representantes relataram preocupação porque teve início período de moagem da cana-de-açúcar. Além disso, o uso exagerado do vinhoto na irrigação pode contaminar o solo freático e por conseguinte os rios próximos, causa não haja canalização. De acordo com os participantes da audiência, as usinas mais próximas são a Usina São João, Usina Agroval, Destilaria Miriri e o Engenho do Meio (Maroja & Maroja Ltda.), todos em Santa Rita-PB.
O presidente da associação registrou ainda que a atividade de pesca noturna vem sendo prejudicada pela existência pirataria na área de Bayeux, os quais, em barcos e armados, abordam os pescadores e roubam motores dos barcos e rede de pesca. Também foi relatado que a pesca em Bayeux vem sendo prejudicada pelo lançamento de esgoto nos rios, inclusive de residências do Bairro do Varadouro, em João Pessoa.
A promotora Fabiana Lobo requisitou que a Sudema realize, no prazo de 20 dias uma inspeção nas Usinas São João, Agroval, Destilaria Miriri e Engenho do Meio para verificar o sistema de drenagem e do lançamento dos efluentes industriais. O órgão também deve analisar a qualidade da água do rio.
Também será oficiado à Polícia Ambiental para que, no prazo de 10 dias, informe as medidas que vêm sendo adotadas no combate à pirataria nos rios da região de Bayeux, que vem impossibilitando a pesca noturna pelos pescadores locais. A Promotoria também vai encaminhar a informação à Promotoria do Meio Ambiente de João Pessoa para ciência da informação de que residências e estabelecimentos do Bairro do Varadouro estão lançando esgoto doméstico diretamente no Rio Sanhauá.