Aeronave elétrica seria capaz de voar entre São Paulo e Campinas em 18 minutos. Boeing também participa
Depois de tirar de seu catálogo de serviços o UberCopter, modalidade do Uber em que as pessoas podiam chamar helicópteros pelo aplicativo - e que não vingou -, a empresa investe agora em um projeto aéreo mais audacioso, o Uber Elevate, que pretende lançar nos próximos cinco anos um sistema que, em vez de carros, será operado por pequenas aeronaves elétricas capazes de transportar até quatro pessoas, além do piloto, em grandes centros urbanos.
De acordo com O Globo, a ideia é que os deslocamentos sejam feitas por meio de um veículo chamado eVTOL (sigla de vertical take-off and landing), que tem funções autônomas e que decola e aterrissa como os helicópteros, verticalmente. O serviço se chamará UberAir.O novo projeto está sendo debatido, entre a terça e quarta-feiras desta semana, no Uber Summit, encontro da empresa que acontece em Los Angeles, nos Estados Unidos, em que foram apresentados também os avanços das negociações e modelagens acerca da tecnologia.
A aeronave é semelhante à do desenho animado futurista dos anos 1960, Os Jatsons, e agrega características que lembram o formato de um helicóptero, mas com seis hélices menores, e o modo locomoção de um drone, movido à bateria elétrica.
No longo prazo, segundo Jeff Holden, chefe de produtos da Uber, a aposta é que os eVTOL sejam mais sustentáveis do que os automóveis: com energia limpa, segurança, preço acessível e com a vantagem de reduzirem o tempo de viagem de subúrbios a centros. A expectativa é de que uma viagem com o eVTOL entre Campinas e a avenida Paulista, por exemplo, que dura até 2h de carro, poderia ser feita em 18 minutos, com quase metade do preço de um Uber Black. Holden destaca, entretanto, que só será possível tornar o serviço financeiramente acessível se ele alcançar uma grande escala, a exemplo do que ocorreu com a entrada do UberX, que abraçou a demanda por uma locomoção mais barata que a de táxis.
- Você não precisará de tempo para inventar robôs, que já estão prontos para montá-los, não precisará de manufatura, não precisará de rodovias e de toda infraestrutura - diz, ao explicar por que a Uber passou a "olhar para o ar" para buscar uma solução para o problema dos congestionamentos.
Entre os desafios principais do novo projeto estão o desenvolvimento de baterias duráveis para esse tipo de veículo, as estações de voos urbanos, os próprios "carros voadores" e a regulação, que hoje se concentra sobre os drones -- que carregam objetos, não pessoas, portanto apresentam menos risco. Com o projeto, a Uber se engaja para criar um ambiente que permita mais opções de mobilidade em cidades congestionadas.
-- É muito importante termos um alto grau de segurança e parte disso consiste em engajar com reguladores. Trabalharemos com a FAA [Federal Aviation Administration, órgão de aviação americano] para entender todos os detalhes operacionais que precisarão ser cobertos -- diz Eric Alisson, diretor-executivo do Elevate.
O processo de certificação do novo sistema dependerá de autoridades como a FAA e Agência Europeia para a Segurança da Aviação, que regulam cerca de 80% da atividade de aviação mundial. Segundo a Uber, o processo de certificação de um novo modelo de aviação convencional leva de dois a três anos.
Já o de um novo produto, que requer novos parâmetros, pode demorar até oito anos. Esse tempo pode ser menor se as autoridades dialogarem em padrões estabelecidos junto à manufatura, assim como acontece com a indústria de automóveis. Além disso, será preciso regular o tráfego aéreo das cidades.Segundo a companhia, a expectativa é que os veículos eVTOL alcancem de 240 a 320 km/h a uma altitude de até 2000 pés (cerca de 600 metros). Uma simples recarregada de bateria precisará proporcionar autonomia de 96 quilômetros ao veículo, a energia deverá ser 100% elétrica. Os veículos terão de ser silenciosos, também.
Para atrair recursos e tecnologia, a Uber abriu as portas a parcerias desde o ano passado, e já trabalha em conjunto com empresas como a brasileira Embraer e a Aurora Flight Sciences, da Boieng. A companhia brasileira vê o acordo como estratégico, pois, ao desenvolver uma pequena aeronave autônoma, avança na tecnologia para a automação de aeronaves maiores.
--Tudo que fazemos nessa aeronave menor servirá para projetos maiores do futuro. Concordamos 100% com a Uber de que existe uma demanda retida e, à medida que o ecossistema começar a funcionar, essa demanda vai aparecer -- diz Antonio Campello, presidente da EmbraerX, braço da empresa com foco em inovação.
A palavra-chave do Uber Elevate, segundo Alisson, é ecossistema: preparar o ambiente para que a empresa, que pode valer mais de US$ 70 bilhões, cumpra sua nova meta de disrupção, o pioneirismo no mercado aéreo urbano. Mesmo que outras marcas já tenham considerado esse modelo, a companhia de Dara Khosrowshahi é a primeira a tornar a intenção pública. A meta é lançar aeronaves comerciais em Los Angeles e Dallas em 2023. Segundo um engenheiro da empresa, a mentalidade de negócio caminha para que a competição não seja mais com Lyft ou outros aplicativos de transporte, mas com as montadoras de automóveis.
Para o diretor do projeto, é possível que as montadoras sofram impacto no futuro, mas ele garante que a Uber "não está pensando nisso".
-- Não pensamos muito em competição porque somos os primeiros -- explica Alisson.
A aeronave é semelhante à do desenho animado futurista dos anos 1960, Os Jatsons, e agrega características que lembram o formato de um helicóptero, mas com seis hélices menores, e o modo locomoção de um drone, movido à bateria elétrica.
No longo prazo, segundo Jeff Holden, chefe de produtos da Uber, a aposta é que os eVTOL sejam mais sustentáveis do que os automóveis: com energia limpa, segurança, preço acessível e com a vantagem de reduzirem o tempo de viagem de subúrbios a centros. A expectativa é de que uma viagem com o eVTOL entre Campinas e a avenida Paulista, por exemplo, que dura até 2h de carro, poderia ser feita em 18 minutos, com quase metade do preço de um Uber Black. Holden destaca, entretanto, que só será possível tornar o serviço financeiramente acessível se ele alcançar uma grande escala, a exemplo do que ocorreu com a entrada do UberX, que abraçou a demanda por uma locomoção mais barata que a de táxis.
- Você não precisará de tempo para inventar robôs, que já estão prontos para montá-los, não precisará de manufatura, não precisará de rodovias e de toda infraestrutura - diz, ao explicar por que a Uber passou a "olhar para o ar" para buscar uma solução para o problema dos congestionamentos.
Entre os desafios principais do novo projeto estão o desenvolvimento de baterias duráveis para esse tipo de veículo, as estações de voos urbanos, os próprios "carros voadores" e a regulação, que hoje se concentra sobre os drones -- que carregam objetos, não pessoas, portanto apresentam menos risco. Com o projeto, a Uber se engaja para criar um ambiente que permita mais opções de mobilidade em cidades congestionadas.
-- É muito importante termos um alto grau de segurança e parte disso consiste em engajar com reguladores. Trabalharemos com a FAA [Federal Aviation Administration, órgão de aviação americano] para entender todos os detalhes operacionais que precisarão ser cobertos -- diz Eric Alisson, diretor-executivo do Elevate.
O processo de certificação do novo sistema dependerá de autoridades como a FAA e Agência Europeia para a Segurança da Aviação, que regulam cerca de 80% da atividade de aviação mundial. Segundo a Uber, o processo de certificação de um novo modelo de aviação convencional leva de dois a três anos.
Já o de um novo produto, que requer novos parâmetros, pode demorar até oito anos. Esse tempo pode ser menor se as autoridades dialogarem em padrões estabelecidos junto à manufatura, assim como acontece com a indústria de automóveis. Além disso, será preciso regular o tráfego aéreo das cidades.Segundo a companhia, a expectativa é que os veículos eVTOL alcancem de 240 a 320 km/h a uma altitude de até 2000 pés (cerca de 600 metros). Uma simples recarregada de bateria precisará proporcionar autonomia de 96 quilômetros ao veículo, a energia deverá ser 100% elétrica. Os veículos terão de ser silenciosos, também.
Para atrair recursos e tecnologia, a Uber abriu as portas a parcerias desde o ano passado, e já trabalha em conjunto com empresas como a brasileira Embraer e a Aurora Flight Sciences, da Boieng. A companhia brasileira vê o acordo como estratégico, pois, ao desenvolver uma pequena aeronave autônoma, avança na tecnologia para a automação de aeronaves maiores.
--Tudo que fazemos nessa aeronave menor servirá para projetos maiores do futuro. Concordamos 100% com a Uber de que existe uma demanda retida e, à medida que o ecossistema começar a funcionar, essa demanda vai aparecer -- diz Antonio Campello, presidente da EmbraerX, braço da empresa com foco em inovação.
A palavra-chave do Uber Elevate, segundo Alisson, é ecossistema: preparar o ambiente para que a empresa, que pode valer mais de US$ 70 bilhões, cumpra sua nova meta de disrupção, o pioneirismo no mercado aéreo urbano. Mesmo que outras marcas já tenham considerado esse modelo, a companhia de Dara Khosrowshahi é a primeira a tornar a intenção pública. A meta é lançar aeronaves comerciais em Los Angeles e Dallas em 2023. Segundo um engenheiro da empresa, a mentalidade de negócio caminha para que a competição não seja mais com Lyft ou outros aplicativos de transporte, mas com as montadoras de automóveis.
Para o diretor do projeto, é possível que as montadoras sofram impacto no futuro, mas ele garante que a Uber "não está pensando nisso".
-- Não pensamos muito em competição porque somos os primeiros -- explica Alisson.