A iniciativa faz parte do ‘Projeto Música: Um caminho para a ressocialização’, com apoio do Juizado Especial Criminal da Capital
A rotina no presídio Geraldo Beltrão foi quebrada, na manhã desta quinta-feira (24), com os primeiros acordes musicais, proporcionados com a inauguração de uma Escola de Música no local, com vista a ressocialização de apenados. A instalação da Escola e, também, do ‘Projeto Música: Um caminho para a ressocialização’, na unidade prisional, é fruto da parceria entre o Poder Judiciário estadual, por meio do Juizado Especial Criminal da Capital (Jecrim), e o Conselho da Comunidade de João Pessoa.
O sentimento de contentamento era visível no rosto de cada apenado-aluno, durante a inauguração da Escola e entrega dos instrumentos. Falando em nome dos apenados, Paulo Josafá da Silva traduziu o sonho dos colegas, com as seguintes palavras: “É um sonho. A Escola é o melhor projeto que já chegou a este presídio. Vai mudar as nossas vidas”.
A entrega oficial da Escola foi feita pelos magistrados Hermance Gomes Pereira e Andréa Arcoverde Cavacanti Vaz, titular do Jecrim e auxiliar da Vara da Execução Penal (VEP), respectivamente. Participaram também do ato o diretor do Presídio, João Rosas Sitônio Rosas Neto, e o professor e maestro Alberto Tavares.
O juiz Hermance fez a entrega de instrumentos
Na ocasião, o juiz Hermance fez a entrega de instrumentos aos sete primeiros alunos da primeira turma da Escola. Foram quatro violões, um violino, uma viola, um teclado, um contrabaixo, uma guitarra e uma bateria, adquiridos com recursos provenientes das transações penais no Juizado.
De acordo com o magistrado, as aulas começam na próxima semana, sob a orientação do professor Alberto Tavares, que já desenvolve trabalho semelhante no Presídio Feminino Júlia Maranhão. Ele vai ministrar duas aulas na semana, com duração de duas horas cada. “Esperamos que a Escola de Música, aqui, nesta unidade, alcance o mesmo sucesso verificado no Presídio Feminino Júlia Maranhão. Lá, o que se escuta é que tudo mudou com a chegada da música. A música é algo divino!”, declarou Hermance Gomes.
A juíza Andréa Arcoverde disse ser motivo de alegria para o Judiciário poder avançar com o ‘Projeto Música: Um caminho para a ressocialização’. É uma ação muito valiosa para a Vara de Execução Penal, por contribuir para a ressocialização de apenados”, comentou a juíza.
Andréa Arcoverde informou que o Conselho da Comunidade apresentou um orçamento para a aquisição dos instrumentos musicais ao Juizado Especial Criminal. “Após o parecer do Ministério Público, o juiz Hermance Gomes aprovou o projeto e liberou os recursos oriundos das transações penais realizadas pelo Jecrim”, disse magistrada.
O diretor João Rosas agradeceu o apoio do Poder Judiciário, ressaltando que o projeto musical instalado no Presídio “abre novos horizontes” para os apenados. “Por meio da arte musical, eles terão novas perspectivas de vida, após cumprirem suas respectivas penas”, assegurou.