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Assessoria e informações sobre violência contra a mulher foram prestadas em bairro de Santa Rita

segunda-feira, 6 de maio de 2019

/ por News Paraíba

As ferramentas de enfrentamento à violência doméstica contra a mulher foram divulgadas em uma ação realizada na manhã desta sexta-feira (3) na Escola Estadual Francisco Leocádio Ribeiro Coutinho, Bairro de Várzea Nova no Município de Santa Rita, localidade marcada pela ocorrência, no mês passado, de um feminicídio que chocou a população. Durante o evento, representantes dos órgãos que compõem a Rede Estadual de Atenção às Mulheres, Crianças e Adolescentes em situação de Violência (REAMCAV) expuseram para a população como se perpetua o ciclo das agressões de gênero e ofereceram assistência social e jurídica. A juíza Graziela Queiroga, coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica do Tribunal de Justiça da Paraíba, participou do ato.

A magistrada lembrou que a Comarca de Santa Rita apresenta um número muito expressivo de processos desta natureza, tanto que em todas as edições da Campanha Justiça pela Paz em Casa, a unidade é colocada em serviço extraordinário, como João Pessoa e Campina Grande.

“Foi uma manhã muito produtiva, que marcou a primeira ação da Rede de Proteção à Mulher do Estado sob um novo olhar, com esperança, como nos disse uma das atendidas. Estimulamos mulheres a não se calarem e a buscarem seus direitos. Muitas disseram que puderam ver que não estão sozinhas e que se vierem a passar por qualquer tipo de violência, sabem, agora, onde buscar os serviços e sabem que existe uma rede de apoio. Fizemos chegar à comunidade a presença do Poder Judiciário”, analisou Graziela Queiroga.

De acordo com Mônica Brandão, da Secretaria Estadual da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH) foram explicados o funcionamento e objetivo da Casa Abrigo, os serviços prestados pelos Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas), os atendimentos feitos pelo Centro de Referência da Mulher de João Pessoa, a atuação da Delegacia Especializada da Mulher, entre outros instrumentos.

Além de assessoria jurídica e orientações sobre direitos e cidadania das mulheres, inclusive, para a comunidade escolar, foi realizado, no local, uma oficina de estética para as mulheres visitantes, prestada por alunas do Curso do Iesp, conforme revelou Lilian Madrigal, da Comissão de Combate à Violência e à Impunidade contra a Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba (OAB-PB). A advogada explicou que os tratamentos de estética são, também, uma forma de acolhimento e cuidado com a autoestima das mulheres.

Já quanto aos conteúdos expostos, Lilian declarou que a falta de conhecimento é característica nos locais onde vem palestrando sobre os temas. “Buscamos esclarecer como este ciclo da violência de gênero ocorre e as formas de prevenção para não se chegar ao feminicídio. Notamos que até em escolas particulares onde falamos a respeito, nos surpreendemos com garotas chorando, por estarem, pela primeira vez, identificando que estavam inseridas num contexto de agressão”, destacou.

Para a ativista e presidente do Conselho Estadual da Mulher, Odete Ricardo, foi uma ação de grande importância, principalmente por ser num bairro de alta incidência de violência. “Percebemos que havia carência de conhecimento, principalmente das mulheres. Precisamos enfrentar esta dificuldade, trazer informações, dizer para elas dos direitos que elas têm, dizer que somos mulheres e temos direito à vida com dignidade. Não nascemos para ser assassinadas”, afirmou.
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