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Bolsonaro sobre suspeitas contra Flávio: ‘Não tenho nada a ver com isso’

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

/ por News Paraíba

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta quinta-feira (19) não ter “nada a ver” com as suspeitas do Ministério Público do Rio de Janeiro contra seu filho, o senador Flávio Bolsonaro. Na portaria do Palácio da Alvorada, onde atende seus apoiadores, o presidente inicialmente se recusou a comentar a operação deflagrada ontem. “O Brasil é muito maior do que pequenos problemas. Eu falo por mim. Problemas meus podem perguntar que eu respondo. Dos outros, não tenho nada a ver com isso”, disse. “Se eu afundar vocês afundam juntos”, completou. Diante da insistência, ele sugeriu que procurassem seu advogado, Frederick Wassef — que também representa o filho.

Ao ser questionado se ele via perseguição do MPRJ contra seu filho, Bolsonaro envolveu o governador fluminense Wilson Witzel, seu adversário político. O presidente disse que a inteligência do governo federal identificou uma gravação que tentou relacioná-lo a milicianos. “Vocês sabem o caso Witzel, que foi amplamente divulgado. A inteligência levantou. Já foram gravadas conversas de dois marginais usando meu nome para dizer que sou miliciano”, disse, sem explicar qual era esta gravação.

Segundo a Veja, Bolsonaro ainda citou investigações contra si que considera injustas, como a acusação de racismo, que acabou arquivada pelo Supremo Tribunal Federal, a multa por crime ambiental por pescaria em uma reserva ecológica ou o depoimento de um porteiro que citou seu nome no inquérito sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).

“Ainda querem achar que eu estou no caso Marielle. Uma quarta-feira, onde quarenta minutos depois da ligação do porteiro, que não foi para a minha casa, eu estava em Brasília, não estava lá [no Rio]. Vamos supor que se o João quisesse matar a Marielle no Rio, ele ia estar em Roraima naquele dia para dizer que não estava lá.”

A suspeita do MPRJ é que Flávio recebia parte dos salários de seus funcionários através do esquema operado pelo seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Embora o caso tenha vindo à tona há cerca de um ano, quando um relatório Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indicou operações financeiras atípicas nas contas do ex-assessor, o órgão deflagrou nesta quarta-feira, 18, uma operação para aprofundar as apurações. Ambos negam qualquer irregularidade.

Além de Queiroz e do senador, outras 101 pessoas físicas e empresas que passaram pelo gabinete de Flávio Bolsonaro durante seu mandato na Alerj entre 2003 e 2018 já tiveram quebrados seus sigilos bancário e fiscal. A investigação apura se houve crime de peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.

A operação de ontem incluiu a quebra de sigilo telefônico de pessoas ligadas à família Bolsonaro. O objetivo era identificar mensagens e registros de diálogos dos suspeitos. Uma loja de chocolates no shopping Via Parque, na Zona Oeste do Rio também foi alvo de buscas.
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