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ESCÁRNIO: Panta vai pagar R$ 15,4 milhões com coleta de lixo sem licitação; vereador cobra explicações; uma CPI não está descartada

quarta-feira, 21 de junho de 2017

/ por News Paraíba


Indo na contramão de todo discurso de crise que tem permeado sua gestão, desde o seu primeiro dia, o prefeito de Santa Rita, Emerson Panta (PSDB), deu mais uma prova que a crise no município é seletiva e tem cara e crachá.

Depois de contratar duas empresas de coleta de lixo sem licitação com valores que chegaram aos R$ 6 milhões, Panta, achando pouco o abalo que causou aos cofres do município, acaba de contratar as mesmas empresas, também sem licitação, por mais seis meses, com 50% de ágio em relação ao primeiro contrato.

Santa Rita pagará por mais este contrato quase R$ 9,5 milhões, em apenas seis meses de coleta.

Serão, ao todo, após os 12 meses de 2017, mais de R$ 15 milhões de reais pagos a duas empresas de lixo.

Os valores que Panta movimenta com o lixo de Santa Rita, sem licitação, são assombrosos.

Sob a desculpa de um caos imaginário, seletivo, o doutor se movimenta nos bastidores e faz um verdadeiro desmantelo com o dinheiro público, com a cidade sob estado de calamidade pública até o dia 30 deste mês de junho.

Para se entender o tamanho do escárnio, vamos aos números.

No dia 4 de janeiro, Emerson homologou dois contratos sem licitação com as empresas Servicol e Geo Ubana, pagando a cada uma o valor de R$ R$: 599.505,70 (Quinhentos e noventa e
nove mil, quinhentos e cinco reais e setenta centavos), por mês.

Juntos, estes dois primeiros contratos, vencidos no final de maio, chegaram ao valor de R$ 5.995.057,00 (Cinco milhões, novecentos e noventa e cinco mil e cinquenta e reais).

 

No dia 05 de junho corrente, Panta adjudicou dois novos contratos para a coleta de resíduos, igualmente sem licitação, com as mesmas empresas Servicol e Geo, só que agora com valores superiores aos contratos anteriores.

Nos novos contratos, com duração de seis meses, portanto, com validade até o dia 05 de dezembro, os valores estipulados passam dos R$ 9 milhões.

Vamos aos valores:

A Servicol, como sempre a melhor agraciada pela gestão Panta, abocanhará nada menos do que R$ 825.345,70 (Oitocentos e vinte e cinco mil, trezentos e quarenta e cinco reais e setenta centavos), com um valor total de R$ 4.952.074,20 (Quatro milhões, novecentos e cinquenta e dois mil, setenta e quatro reais e vinte centavos).

A Geo ficará com R$: 745.597,70 (Setecentos e quarenta e cinco mil, quinhentos e noventa e sete reais e setenta centavos), com valor total de R$ 4.473.586,20 (Quatro milhões, quatrocentos e setenta e três mil, quinhentos e oitenta e seis reais e vinte centavos)

Juntos, os dois novos contratos custarão aos cofres ditos combalidos de Santa Rita o singelo valor de R$ 9.425.660,40 (Nove milhões, quatrocentos e vinte e cinco mil, seiscentos e sessenta reais e quarenta centavos),

 

No final de 2017, o erário santarritense terá pago, sem qualquer concorrência, sem pregão, sem processo licitatório, a bagatela de R$ 15.420.717,40 (quinze milhões, quatrocentos e vinte mil, setecentos e dezessete reais e quarenta centavos).

Apenas.

A pergunta que fica é: no que o lixo de Santa Rita ficou maior e mais caro em junho em relação a janeiro?

Para se ter uma ideia ainda mais aprofundada do que está acontecendo, Campina Grande, segunda maior cidade do Estado, gasta R$ 900 mil por mês, o que representa uma soma de R$ 10,8 milhões ao ano.

Com os dois novos contratos fechados, Santa Rita, com uma área urbana muito inferior à de Campina, pagará 50%  a mais pela coleta, ou mais de R$ 5 milhões acima do que gasta a Rainha da Borborema para recolher o seu lixo

Absurdo.

Ora, qual a razão lógica para se aceitar pagar quase o dobro do valor da coleta de uma cidade limpa, segundo o prefeito, em detrimento dos valores pagos quando a cidade estava, de fato, suja, e ainda assim se viu valores vultosos, fora de uma realidade que não pertence a Santa Rita?

Na contramão de todo esse derrame de dinheiro santarritense, está a negação de direitos básicos, como a garantia da verba do PMAQ, destinada aos profissionais da Atenção Básica do município e que foi vetada pelo mesmo prefeito que pagará quase R$ 10 milhões por seis meses de coleta de lixo sem licitação.

O mesmo prefeito que acionou o Tribunal de Justiça sob o argumento de cumprir com obrigações que não cumpre, como no caso do terço de férias, parte importante da petição que pediu a suspensão da greve legitima dos servidores, no início deste mês, atendidas pelo Dês. Frederico Coutinho.

O mesmo prefeito que não vê problema em pagar mais de R$ 15 milhões em lixo e que se nega a dialogar com as categorias do serviço público municipal para buscar meios que amenizem a crise que assola famílias inteiras, esta sim, a verdadeira crise.

O mesmo prefeito que vê a cidade se transformar num imenso buraco e nada faz para sanar o problema que hoje assola a toda população.


PANTA VAI TER QUE EXPLICAR

O Ver. Sebastião Freire (PT) já protocolou ofício na Comissão Permanente de Licitação requerendo cópias dos contratos firmados entre Panta e as empresas de coleta, os do início do ano e os novos.

O parlamentar vai cobrar explicações da gestão para este verdadeiro derrame no erário e buscar respostas plausíveis e lógicas para o descalabro.

Segundo o vereador, um pedido de informações com cópias dos contratos das duas empresas, Servicol e Geo Urbana, foi feito à Comissão Permanente de Licitação, para que se compare e se mostre à população que os valores estão muito fora da realidade de mercado.

De acordo com Bastinho, a quantidade retirada de lixo nos dois primeiros meses é muito superior à atual. Se comparado o que se coleta hoje e o que se coletou nos meses de janeiro e fevereiro, o reajuste se torna exorbitantee sem lógica.

"Com os contratos em mãos poderemos analisar detalhadamente, e se se configurar alguma irregularidade, a Câmara de Santa Rita poderá, sim, investigar o caso através de uma CPI, naquilo que podemos chamar de lixo mais caro da Paraíba, algo muito distante da realidade administrativa e financeira do município e que o prefeito Emerson Panta tem anunciado através dos meios de comunicação”, pontuou o vereador.
 
Um pedido de CPI é uma realidade e não está descartado.

Enquanto isso, o dinheiro do santarritense é jogado, literalmente, no lixo.

Germano Costa
para o News Paraíba
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